Amyr em suas palavras: “Tenho a felicidade e o orgulho de levar o nome
de Paraty e de toda a Costa Verde, como Angra e Ilha Grande para várias partes do
mundo. Tenho também, uma admiração extraordinária pela Antártica. Como
Inventariante, criando documentos visuais e de texto sobre as minhas expedições,
estou sempre tentado levar conhecimento sobre o mar e suas belezas, para todo o mundo.
JR – Quando você realizou a travessia em solitário do Atlântico e
de canoa as pessoas não achavam ser uma idéia absurda?
Amyr – Sim e ainda é – sou uma das poucas pessoas autorizadas a falar
sobre isto, (risos). Roberto Muylaert uma pessoa muito conhecida em nossa região,
quando eu estava trabalhando no meu barquinho ele chegava olhava e dizia: “o que é
isso? Parece um tamanco holandês,” – depois de 100 dias, e seis quilos a
menos quando retornei da travessia, ele chegou perto do barco e novamente comentou:”
Muito bem, parabéns, realizou a travessia que tantos duvidaram você conseguir
realizar, agora só falo de novo quando ler o livro”. E fui o que fiz – não
consegui muitas fotos durante a travessia naquela época nem pensava muito nisso.
Escrever já é algo, não mais fácil... Mas, pelo menos temos as lembranças
do que vimos e o que sentimos durante as viagens ou mesmo nossos sentimentos durante
toda a nossa vida, é o mais importante, acredito eu.
JR – Como você conheceu sua esposa, quer dizer fisgou?
Amyr – Foi uma história realmente diferente... Um dia eu estava plantando
umas mudas de coqueiros em um sítio aqui em Paraty. Fui buscá-las, as mudas e
Marina, com um botinho de alumínio. O bote era equipado com um motor de popa de 40
cavalos. Marina e eu estávamos iniciando nossa amizade, ela apaixonada por
fotografia, ficou encantada com as belezas aqui da baía de Angra dos Reis. No momento
do acidente Marina estava tirando muitas fotos dependurada às vezes,
até fora do barco. Ocorreu um momento em que uma lancha muito rápida
passou pelo bote, com as ondas muito fortes, Marina perdeu o equilíbrio e caiu na água.
Nestes momentos tento manter a calma. Tratei de dar a volta para buscá-la, depois
acabei percebendo que ela estava mesmo, presa na popa do barco. E pior, ela
escorregou pela borda do barco e ficou com o cunho de amarração presa a sua
barriga, pela pele. Ela estava sendo literalmente rebocava pela barriga. Foi preciso
realizar uma dura operação de salvamento e assim, alguns amigos hoje, depois
de todo o drama virar passado, dizem que literalmente eu fisguei a minha mulher.
JR – Sobre o aquecimento global com é sua opinião?
Amyr – Como todos sabem meu trabalho está muito ligado a Antártica, aos pólos
na verdade. A preocupação é grande, não sou cientista, mas como
observador tenho visto grandes mudanças. Mudanças de grandes proporções e não
são positivas. Acredito que exista em formação, um grande sentimento
global pela conservação ambiental, mas precisamos começar por nós mesmos,
dentro das nossas próprias casas, evitando desperdícios e preferindo a utilização
de materiais não contaminantes. Os pólos sul e norte serão gravemente
afetados pelas mudanças climáticas nos próximos anos e isto sem dúvida vai afetar
o clima no mundo inteiro, por isso é preciso conscientização de todos nós.
Se cada um fizer a sua parte poderemos minimizar os impactos.
Em breve mais novidades em nosso site.
Texto e fotos: Sérgio Pinheiro / tudobemaqui.com-Paraty
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